De Alma Para Alma
Ouço-te, às vezes, coração amigo, Em torno ao bem, numa questão qualquer:
— “Farei… Conseguirei… Conta comigo…
Se Deus quiser, se Deus quiser…”
Mas não te alteres, a pretexto disso.
De segundo a segundo, estrada a estrada, A Vontade de Deus é revelada Em bondade e serviço.
Fita os quadros da gleba, campo afora:
Tudo o que existe, vibra, luta e sente,
Serve constantemente,
Dia-a-dia, hora a hora!…
De alvorada a alvorada, o Sol fecundo, Sem aguardar requerimento
Garante sem cessar o equilíbrio do mundo De seu carro de luz no firmamento.
A fonte, a deslizar singela e boa,
Passa fazendo o bem,
Dessedenta, consola, alivia, abençoa Sem perguntar a quem…
Sem recorrer a humanos estatutos, Nem a filosofias enganosas, A laranjeira estende os próprios frutos, A roseira dá rosas…
O lírio não se ofende, nem reclama:
Sobre a terra onde alguém lhe deitou a raiz, Seja em vaso de estufa ou num trato de lama, Desabrocha feliz.
Assim no mundo, coração amigo,
Faze o bem onde for, seja a quem for; Em toda parte, Deus conta contigo Na tarefa do amor.
Livro: Antologia da Espiritualidade
Psicografia: Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito: Maria Dolores
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