A VERDADE DE CADA UM
Embora seja a realidade insofismável e universalmente patenteada em tudo e em todos, Deus – o Criador e Pai – é a derradeira conquista do Espírito que jornadeia pelo espaço e pelo tempo, de condição em condição, de cultura em cultura, de planeta em planeta, até que seu íntimo reconheça plenamente o Supremo Doador e se Lhe submeta em reverência e abnegação.
Por isso mesmo, as Religiões de todos os tempos induziram os corações à obediência, através da mística condicionante, capaz, pela adoração exterior e repetitiva, de ajudar o ser a “criar” uma psicosfera magnética de integração mental consigo próprio, por meio de mais intensiva manifestação do sentimento.
A sensação primitiva é a gênese da ideia nas individualidades humanas, anunciando o desabrochar da inteligência, em que o raciocínio, estribado em associações espontâneas e constantemente repetidas, responde pela síntese de tudo o que a criatura colheu através de sua sensibilização crescente, em seu arcabouço de impressões – sensibilização essa operada pelas reencarnações.
Por conta própria e por consequência da força da vida que nasce do instinto de conservação, obviamente dentro de circuitos próprios ao seu nível evolutivo, em que observa e sente nos semelhantes, no grupamento humano a que se filia, o reflexo de si mesma, a alma vive “sua” verdade e com ela, nos movimentos existenciais, prepara-se essencialmente para sua condição espiritual mais destacada, através das percepções morais.
LIMITES E DESCOBERTAS
Haverá limite para as ações humanas de qualquer teor?
Até que ponto o livre-arbítrio é real para os seres inteligentes?
Como conjugar ações espontâneas e necessidades evolutivas?
Por que motivo o mal tem sido ordinariamente a resultante das escolhas humanas? …
Semelhantes indagações florescem dos corações humanos que já apresentam desenvolvimento do senso moral, em promissora manifestação de espiritualidade e vida cósmica, divina.
Através da racionalização exercitada pela mente em aberturas para o infinito da Vida e com base na lógica natural – lógica que pode ser definida por “manifestação da lei Divina” nas mentes em relativa integração com a Verdade de Deus -, o ser vai alcançando vigorosos patamares da consciência.
As filosofias, as ciências abstratas, as teologias, as propostas ordenadoras da sociologia e tantas outras do conhecimento humano são exercícios e manifestações mais sofisticados da mente em expansão pelo universo.
E será pela razão mais esclarecida pelo Bem já revelado que os homens definirão o mal, em escalas diferenciadas e sempre mais profundas, por exemplo diferenciando a atitude instintiva de alguém que usa a violência contra outrem para sobreviver, daquela outra atitude em que alguém friamente calcula e ocultamente estabelece a infelicidade dos semelhantes, apenas por vaidade e ambição, ciúme e inveja.
O limite de cada ser desviar-se do Bem genuíno está relacionado com a medida de suas percepções mentais. E se o que se planeja efetuar é prerrogativa sua em conexão com seres iguais – encarnados ou desencarnados -, a execução de seus intentos depende do contexto geral – constituído de outros seres com suas necessidades e escolhas a definirem o próprio merecimento no denominado “carma”, de natureza positiva ou negativa.
Desse modo, o livre-arbítrio é real, ainda que no plano das elucubrações mentais de profundidade, mas relativo quanto à aplicação do que se deseja interiormente.
E é assim que da espontaneidade evolutiva de cada criatura o meio social, em suas necessidades justas e promotoras, vai sendo atendido, com a efetiva participação de todos, pois se refletem mutuamente, formando uma “massa” que recebe da Misericórdia Divina o fermento do Amor para entendimento da Vida e adesão aos propósitos superiores, no perdão santificante.
RAZÃO E SENTIMENTO
Se a razão está na Lei, o Sentimento se revela no Amor.
Ninguém alcança os esplendores da Criação sem a união harmoniosa e potencializadora dessas do Espírito.
A interpretação racionalista da vida, sem as possibilidades do sentimento, é paralítica. Explica, a seu modo, mas não confere compreensão e consolo.
Por sua vez, tão-só o sentimento induz aos excessos místicos, escravizando seres ao absurdo de crenças e imaginação. Alienam-se e cegam-se por ausência de rumo seguro e promissor.
A evolução dos Espíritos não se patenteia sem a fusão de razão e sentimento, de conhecimento e aplicação, daquilo que Jesus Cristo salientou acerca de sua excelsa missão:
“Eu não vim destruir a Lei; não vim ab-rogar, mas dar-lhe cumprimento”.
( A Caminho da Vida – Psicografia: Wagner Gomes da Paixão – Pelo Espírito Emmanuel – Capítulo 10)
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