Desencarnados em Trevas
Emmanuel
Reunião pública de 18-9-61. 1ª Parte, cap. VII, § 25.
Desencarnados em trevas… Insulados no remorso…
Detidos em amargas recordações…
Jungidos à trama dos próprios pensamentos atormentados…
***
Eram donos de palácios soberbos e sentem-se aferrolhados no estreito espaço do túmulo.
Mostravam-se insensíveis, nos galarins do poder, e derramam o pranto horizontal dos caídos.
Amontoavam haveres e agarram-se, agora, aos panos do esquife. Possuíam rebanhos e pradarias e jazem num fosso de poucos palmos.
Despejavam fardos de dor nos ombros sangrentos dos semelhantes, e suportam, chorando, os mármores do sepulcro, a lhes partirem os ossos.
Estagiavam ciência inútil e tremem perante o desconhecido. Devoravam prazeres e gemem a sós.
Exibiam títulos destacados e soluçam no chão.
Brilhavam em salões engrinaldados de fantasias e arrastam-se, estremunhados, ante as sombras da cova.
Oprimiam os fracos e não sabem fugir à gula dos vermes.
Eram campeões da beleza física, e procuram, debalde, esconder-se nas próprias cinzas. Repoltreavam-se em redes de ouro, e estiram-se, atarantados, entre caixas de pó.
Emitiam discursos brilhantes e gaguejam agora. Deitavam sapiência e estão loucos.
***
Nada disso, porém, acontece porque algo possuíssem, mas sim porque foram possuídos de paixões desregradas.
Não se perturbam, porque algo tiveram, mas sim porque retiveram isso ou aquilo, sem ajudar a ninguém.
Se podes verificar a tortura dos desencarnados em trevas, aproveita a lição. Não sofrerás pelo que tens, nem pelo que és.
Todos colheremos o fruto dos próprios atos, no que temos e somos. Onde estiveres, pois, faze o bem que puderes, sem apego a ti mesmo.
Escuta o companheiro que torna do Além, aflito e desorientado, e aprenderás, em silêncio, que todo egoísmo gera o culto da morte.
Livro: “Justiça Divina” – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Pelo Espírito Emmanuel
Deixe um comentário